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Ancorando as Expectativas no Descaminho Futuro

  • 19/02/2017

No mundo econômico e em especial no universo financeiro, fazer previsões sobre o que não se sabe e sobre o que não é sabível é uma ocupação apreciada e bem paga. Pode ser à base de uma ocupação bem remunerada, embora muitas vezes breve. (Galbraith, J. K. – A Economia das Fraudes Inocentes, 2004)

Por Eduardo Guerini

O governo Michel Temer iniciou o ano de 2017 ancorado nas expectativas de que a economia brasileira poderá alcançar um crescimento no segundo semestre do corrente ano. As diversas análises conjunturais consideram que a retomada dos fundamentos macroeconômicos reverterá o quadro de inflação que chegara em 2016 a casa de dois dígitos. O revés econômico com nocaute político do governo Dilma Rousseff esteve alicerçado na recessão que potencializava o desemprego e queda na demanda agregada, contraia os investimentos e desencadeou uma alta inflacionária. O final do boom dos commodities em 2011, reverteu as expectativas de crescimento sustentável, elevando o nível de endividamento público fruto da ausência de planejamento de médio e longo prazo adequados a nova realidade.

A partir de 2014, no conturbado processo político de reeleição e impeachment, o crescimento do PIB desceu a ladeira, com queda de 7,4% nos últimos sete trimestres e desemprego medido pelo IBGE atingindo 12,3 milhões de brasileiros. Se considerada a taxa de desemprego ampliada, considerando o desalento dos desocupados, chegamos a aproximadamente 21% de desempregados. Tal processo ampliado de crise econômico-social provocou uma desalavancagem pública e privada, observado no colapso fiscal de Estados e Municípios, e, processos de recuperação judicial de inúmeras empresas, com retração do crédito e investimento em níveis jamais vistos. De fato, as consequências da maior recessão se espraiam e contaminam as expectativas dos agentes econômicos para 2017.

As autoridades monetárias e sistema financeiro repercutem na grande mídia a necessidade de ajustes estruturais e reformas que reduziriam a percepção de risco da economia brasileira. A política monetária que elevou a Taxa SELIC está sendo flexibilizada, visto que, o déficit primário de 2016, chegou a 2,47%, pior que 1,85% em 2015. O aumento da conta juros nominais, somou 6,46% do PIB em 2016, na estratosférica cifra de R$ 562,8 bilhões. Porém, a redução da Taxa SELIC, com festejos pela mídia e comentaristas econômicos, esconde o principal, o déficit brasileiro resulta da conta juros, não do resultado do falso déficit da previdência. Assim, o Presidente do Banco Central, aposta que aprovação da PEC dos Gastos e Reforma da Previdência criará um novo “estado de confiança”, decisivo para o bom desempenho futuro da economia brasileira.

O dado positivo de queda da inflação anualizada em 2016, dentro das metas inflacionárias, que apresentou resultado de 6,29%, somente foi possível, com alto custo econômico e social, uma vitória parcial.

No último relatório Focus (03/02/2017), os índices de preços apontam para uma inflação projetada em 2017, em 4,7% (IPCA), 5,00% (IGP-DI), IGP-M em 5,12%, e, IPC-Fipe em 5,03%. Para 2018, as projeções indicam o nível inflacionário no centro da meta para todos os principais indicadores de preços. Porém, esta vitória de Pirro, visto que, o crescimento do PIB previsto é de apenas 0,4% em 2017, e, 2,2% em 2018.

Neste cenário de incertezas políticas e certezas econômicas, ainda que não sejam fáticas, o Governo Michel Temer, com apoio de uma base política no Congresso Nacional, trata de acelerar as reformas Trabalhista e Previdenciária como fonte de sustentação para além do universo político.

A urgência das reformas estruturais como reforço dos fundamentos macroeconômicos, podem reverter a crise de confiança. Porém, ancorados nos indicadores positivos propalados pelo Governo e agentes econômicos, os trabalhadores e sociedade em geral já tem uma certeza: a âncora fiscal/monetária está enrolada na supressão de direitos sociais que levarão os trabalhadores para o fundo do mar de desesperança em relação ao futuro.

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Ancorando as Expectativas no Descaminho Futuro

  • 19/02/2017

No mundo econômico e em especial no universo financeiro, fazer previsões sobre o que não se sabe e sobre o que não é sabível é uma ocupação apreciada e bem paga. Pode ser à base de uma ocupação bem remunerada, embora muitas vezes breve. (Galbraith, J. K. – A Economia das Fraudes Inocentes, 2004)

Por Eduardo Guerini

O governo Michel Temer iniciou o ano de 2017 ancorado nas expectativas de que a economia brasileira poderá alcançar um crescimento no segundo semestre do corrente ano. As diversas análises conjunturais consideram que a retomada dos fundamentos macroeconômicos reverterá o quadro de inflação que chegara em 2016 a casa de dois dígitos. O revés econômico com nocaute político do governo Dilma Rousseff esteve alicerçado na recessão que potencializava o desemprego e queda na demanda agregada, contraia os investimentos e desencadeou uma alta inflacionária. O final do boom dos commodities em 2011, reverteu as expectativas de crescimento sustentável, elevando o nível de endividamento público fruto da ausência de planejamento de médio e longo prazo adequados a nova realidade.

A partir de 2014, no conturbado processo político de reeleição e impeachment, o crescimento do PIB desceu a ladeira, com queda de 7,4% nos últimos sete trimestres e desemprego medido pelo IBGE atingindo 12,3 milhões de brasileiros. Se considerada a taxa de desemprego ampliada, considerando o desalento dos desocupados, chegamos a aproximadamente 21% de desempregados. Tal processo ampliado de crise econômico-social provocou uma desalavancagem pública e privada, observado no colapso fiscal de Estados e Municípios, e, processos de recuperação judicial de inúmeras empresas, com retração do crédito e investimento em níveis jamais vistos. De fato, as consequências da maior recessão se espraiam e contaminam as expectativas dos agentes econômicos para 2017.

As autoridades monetárias e sistema financeiro repercutem na grande mídia a necessidade de ajustes estruturais e reformas que reduziriam a percepção de risco da economia brasileira. A política monetária que elevou a Taxa SELIC está sendo flexibilizada, visto que, o déficit primário de 2016, chegou a 2,47%, pior que 1,85% em 2015. O aumento da conta juros nominais, somou 6,46% do PIB em 2016, na estratosférica cifra de R$ 562,8 bilhões. Porém, a redução da Taxa SELIC, com festejos pela mídia e comentaristas econômicos, esconde o principal, o déficit brasileiro resulta da conta juros, não do resultado do falso déficit da previdência. Assim, o Presidente do Banco Central, aposta que aprovação da PEC dos Gastos e Reforma da Previdência criará um novo “estado de confiança”, decisivo para o bom desempenho futuro da economia brasileira.

O dado positivo de queda da inflação anualizada em 2016, dentro das metas inflacionárias, que apresentou resultado de 6,29%, somente foi possível, com alto custo econômico e social, uma vitória parcial.

No último relatório Focus (03/02/2017), os índices de preços apontam para uma inflação projetada em 2017, em 4,7% (IPCA), 5,00% (IGP-DI), IGP-M em 5,12%, e, IPC-Fipe em 5,03%. Para 2018, as projeções indicam o nível inflacionário no centro da meta para todos os principais indicadores de preços. Porém, esta vitória de Pirro, visto que, o crescimento do PIB previsto é de apenas 0,4% em 2017, e, 2,2% em 2018.

Neste cenário de incertezas políticas e certezas econômicas, ainda que não sejam fáticas, o Governo Michel Temer, com apoio de uma base política no Congresso Nacional, trata de acelerar as reformas Trabalhista e Previdenciária como fonte de sustentação para além do universo político.

A urgência das reformas estruturais como reforço dos fundamentos macroeconômicos, podem reverter a crise de confiança. Porém, ancorados nos indicadores positivos propalados pelo Governo e agentes econômicos, os trabalhadores e sociedade em geral já tem uma certeza: a âncora fiscal/monetária está enrolada na supressão de direitos sociais que levarão os trabalhadores para o fundo do mar de desesperança em relação ao futuro.

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